Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Caso Joca: empresas aéreas avaliam rastrear animais em voos em caráter emergencial

Em reunião com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, representantes de empresas aéreas levantaram a possibilidade de, em caráter emergencial, rastrear animais domésticos transportados nos porões de aeronaves. As companhias se comprometeram, ainda, a apresentar, em até 10 dias, propostas e sugestões para aprimorar a portaria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre as condições gerais para o transporte aéreo de animais em voos domésticos e internacionais.

Representantes da GOL, Azul e Latam e da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) foram a Brasília nesta quinta-feira (25) para uma reunião convocada pelo ministro após a morte do cachorro Joca, um golden de cinco anos. Em um voo da GOL, o animal deveria ter ido de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, no Mato Grosso. Porém, Joca foi enviado para Fortaleza, no Ceará, onde inclusive teria sido deixado no sol. A Gol confirmou a morte do cachorro e disse que o fato aconteceu por uma “falha operacional”. O trajeto, que seria de até 2h30, acabou sendo de cerca de 8 horas.

Silvio Costa Filho se reunirá na próxima terça (30) com deputados e senadores em busca de sugestões para melhorar a qualidade do serviço de transporte aéreo animal. A ideia é, segundo o ministro, lançar ainda no primeiro semestre uma “Política Nacional de Transporte Aéreo de Animais (PNTAA)”.

Mobilização no Congresso
O debate sobre o transporte de animais domésticos em cabines de aviões voltou à tona após a morte de Joca. Oor falta de uma previsão legal no Brasil, cada companhia aérea define regras próprias para o transporte desses animais. O tema recebeu, ao longo dos últimos anos, uma série de propostas na Câmara dos Deputados (logo após a morte de Joca, três projetos de lei foram apresentados sobre o tema – leia a lista, logo abaixo). Nesta quarta-feira (24), um pedido de urgência para tratar de um PL de lei sobre o assunto foi protocolado na Câmara dos Deputados.

O PL 3.759 foi apresentado pelo ex-deputado Paulo Bengtson (PTB-BA) em 2020. O texto trata sobre o transporte de “animal de assistência emocional e animal de serviço” nas cabines das aeronaves das companhias aéreas brasileiras. A autorização estende a cães-ouvintes, cães de alerta, cães de serviço e a animais de assistência emocional a mesma permissão que já é assegurada por lei ao cão-guia.

Nesses quase quatro anos de tramitação, o projeto passou por duas comissões diferentes (Viação e Transportes e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e foi apensado (anexado) e desapensado em propostas semelhantes. Em abril de 2022, contudo, ele voltou a tramitar de forma independente.

Tramitando a passos lentos, a proposta recebeu um pedido de urgência na Câmara feito por um grupo de seis deputados nesta quarta-feira. Assinam o documento os deputados Marangoni (UNIÃO/SP), Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), Gilvan Máximo (Republicanos-DF), Erika Hilton (Psol-SP), Matheus Loiola (União-PR) e Altineu Côrtes (PL-RJ). Dessa forma, o PL pode avançar direto ao plenário da Câmara, evitando novas etapas em comissões. Todos os 513 deputados devem analisar o pedido.

Se o PL, de fato, for aprovado, as companhias aéreas poderão limitar o número de animais na cabine conforme o tamanho da aeronave, respeitando o mínimo de dois animais por voo. As empresas podem, ainda, negar o transporte em razão de peso, raça, tamanho ou de ameaça direta à saúde ou à segurança dos demais passageiros, entre outros motivos.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) definiria os requisitos mínimos para o transporte de animais de serviço ou de assistência emocional, entre os quais identificação, documentos indispensáveis, idade mínima, acessórios obrigatórios, entre outros.

*Por Rádio Itatiaia

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