Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Professora demitida após ter fotos íntimas vazadas por alunos chegou a morar na rua, diz defesa

A professora de história Bruna Flor de Macedo Barcelos denuncia que foi demitida após emprestar o celular para os alunos e ter fotos íntimas vazadas. O caso aconteceu na Escola Estadual Doutor Gerson De Faria Pereira, em Alto Paraíso de Goiás (GO), no entorno do Distrito Federal, em dezembro do ano passado. Porém, a história veio à tona apenas nesta terça-feira (26).

Em entrevista à Itatiaia, a defesa da professora, representada pelo advogado José Lopes, contou que Bruna emprestou o aparelho para que os alunos, de cerca de 12 anos, fizessem um trabalho.

“Como o trabalho precisava de um smartphone, alguns alunos não tinham (o aparelho). Esse grupo mesmo não tinha. Então, de bom grado, a Bruna emprestou o celular para eles”, explicou Lopes.

No mesmo dia, Bruna descobriu que fotos dela nuas haviam se espalhado pela internet. Mas, segundo o advogado, a demissão só aconteceu meses depois, em dezembro de 2023. A defesa afirma que Bruna não foi comunicada do motivo da demissão e que só soube o real motivo em fevereiro deste ano, através do processo administrativo.

“No documento, a diretora fala que a culpa (do vazamento) era dela e que ela não poderia ter emprestado o celular. Também disseram que as fotos nuas ofendiam a moral da instituição e dos alunos. A diretora a colocou como uma criminosa”, relatou o advogado.

Professora chegou a morar na rua

A defesa ainda afirma que após ser demitida, a professora chegou a ficar em situação de rua de cinco a sete dias.

“Ela entregou o apartamento porque não tinha como pagar o aluguel. A mãe dela morreu e ela é uma pessoa sozinha no mundo. Depois de ficar na rua, ela foi acolhida por uma instituição religiosa. Lá, ela conheceu uma pessoa que ofereceu abrigo na zona rural de Alto Paraíso e hoje ela está morando lá”, contou.

‘Me senti violada’

A reportagem procurou a professora para se manifestar, mas ela preferiu que o advogado respondesse por ela. Ao g1, Bruna chegou a dizer que se sentiu violada após o ocorrido.

“Me senti violentada. Na sequência, a gestão da escola criou um ofício dizendo que os estudantes se sentiam constrangidos de assistirem às minhas aulas por terem visto minha foto nua. Uma inversão de quem foi vítima na situação”, afirmou.

Em resposta à demissão, Bruna abriu um processo contra o estado, que corre sob sigilo na Justiça de Goiás. O processo pede ressarcimento por danos morais, mas o valor da indenização não foi informado pela defesa.

A Itatiaia procurou a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e a Polícia Civil, mas não obteve um retorno até a publicação dessa matéria.

*Por Rádio Itatiaia

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