A Justiça decidiu manter a prisão de dois suspeitos de terem matado um torcedor do Cruzeiro durante uma briga entre membros da Galoucura e da Máfia Azul, no último sábado (2), em Belo Horizonte. A decisão foi proferida na tarde desta segunda-feira (4).
Robert Xavier Soares e Victor Marcelo Rocha Santiago tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva pela juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto.
A juíza observou que o ataque a torcedores rivais, com arma de fogo em via pública, colocou em risco ‘a vida e a integridade não somente de torcedores como também de cidadãos comuns, expostos à truculência dos atos extremos do odioso contexto de violência que lamentavelmente impera entre as torcidas. Conforme a juíza, o ‘extermínio banal de vidas humanas meramente por torcerem para time distinto’justifica a ‘decretação da prisão preventiva dos autuados, para a garantia da ordem pública’.
Emboscada
De acordo com a Polícia Militar, membros da Galoucura que estavam em um Voyage fizeram uma emboscada contra integrantes da Máfia Azul e efetuaram disparos contra os integrantes da torcida organizada rival enquanto outros membros chegavam para a briga. O ataque ocorreu na Avenida Tereza Cristina, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, na tarde deste sábado (2).
Dois membros da Galoucura foram presos, ambos com 24. Coforme a corporação, um deles é o motorista do Voyage e o outro suspeito de ter atirado. Com ele, foi encontrado um revólver calibre 38.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que dois envolvidos foram conduzidos e ouvidos pela autoridade policial, que ratificou a prisão em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil. “Eles seguem à disposição da Justiça. Na ocasião, a perícia oficial esteve no local do fato para realizar os levantamentos necessários à investigação”, informou.
Torcedor morto era entregador
Lucas Elias Vieira Silva, morto com um tiro no tórax, está sendo velado na tarde desta segunda-feira (4). Conhecido também como ‘Bidu’, ele chegou a ser encaminhado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo familiares, ele era trabalhador. “Nunca imaginei que ele ia morrer disso. Ele era trabalhador, saía de casa nove horas da manhã e só chegava duas da manhã. Isso é uma covardia”, contou um familiar à Itatiaia. Lucas era torcedor do Cruzeiro e sempre que podia, ia aos jogos do clube. Ele deixou uma filha de dois anos.
Além de Lucas, outros dois integrantes da Máfia Azul foram baleados. Uma quarta pessoa foi ferida com pauladas na cabeça tentando ajudar Lucas. Ele não tem envolvimento com torcidas organizadas.
*Por Rádio Itatiaia