A Polícia Militar foi acionada para o que inicialmente parecia ser um latrocínio no bairro Serra Verde, em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte. A denúncia apontava que dois homens haviam invadido uma casa, agredido uma mulher de 28 anos, roubado seu celular e atirado em seu marido, de 42. No entanto, ao chegar ao local, os militares notaram que as versões apresentadas pela mulher e sua mãe, de 47 anos, não coincidiam.
“A guarnição tático-móvel recebeu via Copom a informação de que tinha acabado de acontecer um homicídio no bairro Serra Verde. De imediato, a guarnição deslocou-se até o local. No local dos fatos, foi observado o autor caído ao solo, com diversos disparos de arma de fogo, já sem vida. Em entrevista com a esposa do falecido e com a sogra do falecido, as versões não estavam batendo, o que ainda chamou mais atenção dos militares”, explicou o Tenente Diógenes Lomba.
Um detalhe inicial despertou suspeitas: a mulher disse que os homens que invadiram a casa procuravam especificamente por seu marido. Além disso, a análise de uma câmera de segurança no local revelou que o equipamento foi propositalmente direcionado para cima no momento do crime. “No local dos fatos, no prédio onde o autor foi alvejado, tinha uma câmera, e no exato momento que ele foi executado, a câmera foi direcionada para cima. Esse fato chamou a atenção e gerou suspeição dos familiares”, destacou o tenente.
Os militares continuaram a busca por imagens e encontraram uma gravação que mostra um carro do modelo CrossFox deixando os suspeitos em uma rua próxima ao local do crime. Mais tarde, o mesmo veículo deu fuga aos indivíduos. “Foi constatado pelos militares que o veículo se tratava do mesmo veículo da sogra do falecido. Questionada sobre os fatos, a autora não soube explicar e disse que apenas aceitou uma corrida com os indivíduos, mas não apresentou nenhum comprovante via aplicativo, o que gerou ainda mais estranheza”, completou o tenente.
Confrontada, a sogra admitiu que não gostava do genro, alegando que ele teria passado HIV para sua filha. “A motivação dos fatos, em tese, é porque parece que o indivíduo que faleceu passou HIV pra filha da autora e também parece que têm questões patrimoniais envolvidas. Agora vai ficar a cargo da Polícia Civil investigar o restante dos fatos”, afirmou o oficial.
O que parecia ser um caso de roubo seguido de morte tomou outro rumo, e agora a suspeita é de assassinato premeditado. Além da sogra e da esposa, os dois autores dos disparos também estão sendo investigados. A Polícia Civil segue com o caso, sem descartar nenhuma hipótese.
*Por Rádio Itatiaia