Um dos líderes do elenco do Cruzeiro desde 2022, ano da conquista da Série B e da volta à elite nacional, o goleiro Rafael Cabral, de 33 anos, abriu o coração nesta terça-feira (2) durante o programa Bastidores, da Itatiaia, e falou pela primeira vez da proposta recebida do Santos, clube que o revelou.
Muito identificado com o Peixe, onde conquistou a Copa Libertadores de 2011 aos 21 anos, Rafael Cabral admitiu que foi muito difícil dizer não à oferta, principalmente pelo fato de o clube ter caído pela primeira vez para a Série B e viver um dos momentos mais difíceis de sua história.
Cabral explicou que, da mesma forma que é grato ao Santos, também tem muito carinho pelo Cruzeiro. O camisa 1 chegou à Toca num momento delicado e recebeu proposta de quatro anos para suceder ninguém menos do que Fábio, maior ídolo da instituição e jogador que mais vezes vestiu a camisa celeste. Logo, abandonar o projeto agora não seria justo.
Por entender que o 2024 do Cruzeiro será diferente, com chance de brigar pelas Copas do Brasil e Sul-Americana, Rafael Cabral entendeu que deveria sim permanecer e curtir uma fase mais positiva no clube.
Leia, a seguir, o depoimento completo de Rafael Cabral sobre a decisão de recusar a oferta do Santos e de seguir no gol do Cruzeiro.
“Como foi exposto publicamente e tem o mérito também da imprensa, realmente nas minhas férias, logo no começo das férias, eu tive uma proposta. E eu até peço por favor para quem for matéria sobre isso, não contextualize aquilo que eu vou dizer, e não façam nada, por favor, polêmico, porque eu tive essa proposta que eu neguei no começo das férias e foi a proposta mais difícil. Já houve negociações que não deram certo, mas essa, com certeza, pra mim, foi a mais difícil.
Eu devo tudo ao Santos, eu tenho um carinho enorme, é o clube que está vivendo o momento mais difícil da sua história e pra mim não foi fácil por conta disso. Uma coisa que eu aprendi na vida é ser grato e eu sou muito grato ao Santos pelo fato de ter confiado em mim, de ter me colocado para jogar. Falavam que tinham que contratar goleiro mais experiente para jogar a Libertadores e foi o goleiro mais jovem campeão, com 21 anos. Eles me bancaram e, glória a Deus, até hoje sou o goleiro mais jovem campeão.
O Santos foi o clube que sempre confiou em mim, que até na minha saída atendeu o meu desejo de ser vendido, porque eu também não queria sair de graça do clube, queria que o Santos tivesse um retorno financeiro e até na época eu fui o goleiro mais caro a ser vendido para a Europa. Então, nesse momento, nesse momento mais difícil do clube, foi muito difícil pra mim dizer não.
Mas como eu disse, que aprendi a ser grato na vida, quando eu vim para o Cruzeiro, que era um momento muito parecido ao que o Santos está vivendo agora, e a proposta do projeto que me ofereceram foi algo maravilhoso em todos os aspectos, tanto o projeto esportivo mais o financeiro, mas como eu disse, sou grato ao Cruzeiro que confiou em mim no momento mais importante da história do clube. Era um momento difícil, delicado, com o maior ídolo da história saindo do clube, e na mesma posição que eu.
Então, o Cruzeiro enxergou em mim um potencial que eu estou dando a vida para corresponder. Esses dois anos foram ótimos, mas quando eu vim pra cá, me ofereceram um projeto de quatro anos. Então, estou no segundo ano, indo para o terceiro, e estou só no meio do projeto. Por mais que eu tenha um carinho e ame muito o Santos, eu também sou grato ao Cruzeiro e tenho que ao clube que me ofereceu um projeto esportivo que eu abracei e que eu não terminei ainda o que eu vim fazer aqui.
Pra mim foi bem difícil, mas é a minha carreira também e eu não poderia, entre aspas, largar, porque tudo que a gente passou nesses dois primeiros anos é para chegar neste momento agora, porque vai ser um ano muito importante e eu quero participar disso”, concluiu.
*Da Redação Itatiaia