Os trabalhos desenvolvidos em Itabira para garantir atendimento aos pacientes e eliminar os focos do Aedes aegypti – mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika – ganham reforço a partir desta semana. O prefeito Marco Antônio Lage anunciou na terça-feira (30) novas medidas para combater a crise epidemiológica no município.
A partir de sábado, 3 de fevereiro, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) funcionarão nos fins de semana, das 7 às 16 horas, para atender exclusivamente os casos suspeitos de dengue. São elas: Praia II/ Juca Rosa, Amazonas/ Areão, Gabiroba de Cima I e II, Pedreira I e II, João XXIII/ Machado, Água Fresca/ Juca Batista e Santa Ruth/ Santa Marta. As farmácias municipais das UBS Gabiroba e Pedreira, além da Farmácia de Minas, também estarão abertas nos fins de semana, inclusive durante o Carnaval.
Marco Antônio Lage revelou ainda a implantação da Sala de Controle de Situação da Dengue: uma força-tarefa entre as secretarias municipais de Saúde (SMS), Desenvolvimento Urbano (SMDU), Meio Ambiente (SMMA) e Itaurb. A sala funciona na SMAA, com o objetivo de georreferenciar os locais mais afetados pela epidemia em Itabira. A partir desses resultados, as equipes atuam de maneira mais pontual e eficaz.
Outra medida apresentada foi o reforço das equipes e ampliação da estrutura de coleta e limpeza (os famosos bota-fora) que será realizada em todos os bairros e obras públicas. Além disso, para manter a população informada, a SMS divulgou nesta quarta-feira (31) um boletim epidemiológico sobre as arboviroses em Itabira. A publicação será diária e apresenta dados como números de notificações, casos em investigação e positivos, pacientes internados. No boletim desta quarta-feira, Itabira registra 4.674 notificações, 3.122 casos em investigação, 1.552 positivos para dengue, 28 pacientes internados e 3 óbitos em investigação pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Alerta constante
Desde o ano passado, quando o Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) anunciaram a provável epidemia da dengue em 2024 – com previsão de que este seria o pior ano epidêmico no país para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti – a Prefeitura de Itabira estruturou medidas de contingência contra a doença, por meio da SMS. As ações envolvem todas as pastas municipais a fim de preservar a saúde da população.
Ao longo de 2023, diversas campanhas de sensibilização e conscientização sobre as arboviroses foram lançadas pelo Município em suas redes sociais e nas UBS. Os Agentes de Combate a Endemias (ACE), intensificaram o trabalho realizado com a população: ações de educação em saúde; visitas periódicas de inspeção domiciliar; visitas de resgate; pesquisa larvária para ações de rotina e realização do Liraa; eliminação de criadouros por meio de ação mecânica; tratamento focal com aplicação de larvicidas, conforme orientação técnica (medida complementar ao controle mecânico); monitoramento das armadilhas repassadas pelo MS/ SES-MG; tratamento perifocal, por meio de aplicação de inseticida, nos depósitos classificados como PE, por meio de aspersor manual; e execução do Tratamento a Ultrabaixo Volume (UBV), visando atingir a fase adulta do mosquito. O ACE também mantêm atualizado o cadastro de imóveis e pontos estratégicos da sua área.
“No entanto, para que as agentes possam desenvolver os trabalhos de maneira eficaz, pedimos que os moradores os recebam, que os deixe entra em suas casas. Os ACE estão sempre uniformizados e identificados. Precisamos da colaboração de todos porque mais de 80% dos focos do Aedes estão nas casas e entornos”, lembrou a secretária municipal de Saúde, Clarissa Santos Lages.
Em janeiro deste ano, a Prefeitura renovou o contrato com 54 ACE, totalizando 108 profissionais em campo, número maior do que o que preconiza o MS (um agente para cada 800 a mil imóveis). Com isso, o número de visitas de inspeção e orientação aos munícipes aumentou. Ainda sobre conscientização, equipes da SMS realizaram reuniões com moradores dos bairros que apresentaram maior incidência de focos do Aedes: Praia, Vila Amélia, Gabiroba, Fênix, Santa Ruth, Pedreira e Bela Vista. Essa ação segue um cronograma e continua enquanto durar a endemia.
Para dar mais celeridade aos atendimentos e proporcionar mais conforto aos infectados, o Município adquiriu o teste rápido para detecção da dengue em pessoas sintomáticas (disponíveis nas UBS); implantou o ambulatório exclusivo para reposição volêmica/ hidratação dos infectados; e instalação de dois contêineres no Pronto-Socorro Municipal de Itabira (PSMI), com atendimento médico.
Somam-se ainda às ações de combate às arboviroses: multa para os munícipes que não eliminarem os focos notificados, de R$370 a R$ 1.800 (SMS/ Vigilância Sanitária); edital de notificação e multa de lotes sujos, valor pode chegar a R$400 (SMDU); e contratação do Monitoramento Inteligente (empresa especializada na captura, identificação do mosquito e do sorotipo em circulação. A cada R$1,00 investido na tecnologia de prevenção, são economizados R$6,00 que seriam gastos em tratamentos das arboviroses (em fase de tramitação dos documentos para contratação do serviço).
Esses são apenas alguns exemplos das ações realizadas pela Prefeitura de Itabira no combate à epidemia de dengue. Cabe ressaltar que, mesmo com todos os esforços dos poderes Federal, Estadual e Municipal (nesse caso, especificamente de Itabira), está comprovado que mais de 80% dos focos do Aedes aegypti estão dentro das casas e seus entornos.
Fonte: Ascom-PMI/SMS