No Brasil, milhares de pessoas precisam fazer enxerto ósseo, seja porque sofreram fraturas em decorrência de acidentes, seja porque precisam fazer próteses dentárias.
No entanto, atualmente, o material mais comum para isso são fragmentos de osso da própria pessoa ou ainda materiais minerais. Agora, essa realidade está prestes a mudar, graças a uma tecnologia inovadora criada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), um biomaterial criado a partir do osso de boi.
Como funciona?
Primeiramente, os ossos de boi são doados por um frigorífico. Quando chegam no laboratório, os pesquisadores limpam e desidratam esses ossos.
Depois, os cientistas separam a parte do osso que fica mais próxima da cartilagem, porque é essa “cabeça do osso” que servirá para se transformar no biomaterial.
Por fim, o osso é banhado com uma substância chamada hidrogel, que é feita com o próprio tecido ósseo.
Por que importa?
Primeiramente, a pesquisa se destaca pela sua aplicação imediata. Afinal, além de inúmeras fraturas por conta de acidentes, envolvendo ou não o trânsito, um em cada dez brasileiros já perderam todos os dentes.
Isso nos leva ao segundo benefício: redução de custos. Primeiro, porque é uma pesquisa nacional. Segundo, porque utiliza material de origem natural.
Por fim, o enxerto natural promete uma recuperação mais rápida para o paciente em comparação com o procedimento feito com materiais sintéticos.
“Os produtos similares que existem no mercado são puramente minerais e são um enxerto para preencher espaço. O nosso, além de preencher o espaço que vai ser colocado, ele também vai acelerar a cicatrização”, afirmou Rodolpho Barros, veterinário e doutorando da Ufes que faz parte da pesquisa.
Atualmente, o enxerto natural já foi patenteado pela Ufes e está sendo usado na clínica odontológica da Ufes. Além disso, o material está em fase de certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com informações do G1