O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos – morto com 10 tiros de fuzil no aeroporto de Guarulhos (SP), em 9 de setembro – já havia sofrido ao menos outras duas tentativas de homicídio por membros da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). As informações são do jornal Metrópoles.
Gritzbach era investigado por lavar dinheiro do PCC, além de ser suspeito de mandar matar dois integrantes do grupo criminoso: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”. Na época, ele ofereceu R$ 27 milhões e uma Ferrari para escapar do ‘tribunal do crime’, que queria matá-lo em vingança.
O empresário também estava em processo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (SP) sobre um processo que investiga o PCC por agenciar jogadores do Corinthians e de outros clubes da elite do futebol brasileiro.
No dia 2 de julho deste ano, quatro meses antes de ser morto, o delator chegou a registrar um boletim de ocorrência, por meio da Delegacia Eletrônica, por ameaça. Ele disse que recebeu um telefonema e foi ameaçado de morte por um homem identificado como Ricardo Romano.
“Ele disse ser do PCC, me acusando de coisas que não fiz, [ficou] me xingando e dizendo que eu estava decretado de morte e que se eu saísse de casa ele iria me matar”, relatou.
No B.O, o delator ainda relembrou um atentado que sofreu no Natal de 2023. Segundo um dos advogados de Gritzbach, na tarde do dia 25 de dezembro, o empresário estava em seu apartamento, no bairro Jardim Anália Franco, em São Paulo (SP), quando foi até a janela fazer uma foto da lua. Nesse momento, tiros foram disparados em sua direção. Ninguém ficou ferido.
“Sofri um atentado dentro da minha própria casa, podendo ter relação [com o telefonema recebido anteriormente]. Temo pela minha vida e não aguento mais essa situação”, escreveu no B.O.
Delator foi ameaçado de ser esquartejado por ‘Tribunal do Crime’
Na delação ao Ministério Público de São Paulo, Gritzbach também contou que foi sequestrado e ameaçado de morte pelo “tribunal do crime” após a morte de ‘Cara Preta’ e ‘Sem Sangue’, em 2022.
Ele afirmou que foi levado até uma área sob comando do PCC, no Tatuapé, zona leste de São Paulo, onde foi ameaçado por Cláudio Marcos de Almeida, o Django, e outros criminosos. Um dos membros da facção chegou a colocar uma luva cirúrgica e ameaçou esquartejá-lo.
Para escapar do PCC, Gritzbach repassou R$ 27 milhões aos criminosos, que ainda pegaram uma Ferrari do empresário para complementar o pagamento. Após o episódio, o delator contou que ficou recluso em um apartamento por 21 dias, com medo de ser assassinado. Ele também diz que, frequentemente, ouvia que estava jurado de morte pela justiça paralela da facção.
Executado no aeroporto de Guarulhos
O empresário Antônio Vinicius Gritzbach foi assassinado a tiros no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, um dos maiores do país. Criminosos encapuzados saíram de um carro preto e executaram o empresário usando fuzis.
Segundo o órgão, outras testemunhas estão sendo ouvidas pela Polícia Civil. Um carro, supostamente usado pelos atiradores, foi apreendido pela Polícia Militar.
A investigação também descobriu que quatro policiais militares faziam a escolta da vítima no momento do ataque. Eles tinham sido contratados para cuidar da segurança pessoal Gritzbach, que vinha sendo ameaçado pela facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
Apesar de terem sido contratados para fazer a escolta de Gritzbach, os agentes não conseguiram evitar a morte do corretor de imóveis. Os quatro foram afastados da corporação e são investigados pela Corregedoria da Polícia Militar.
*Por Rádio Itatiaia