Quinta-feira, Janeiro 30, 2025
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Paciente infectado pelo superfungo morre em BH

Um dos quatro pacientes infectados pelo Candida auris, conhecido como superfungo, morreu nessa quarta-feira (16/10) em Belo Horizonte. Apesar de estar infectado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informaram que ele “estava em estado grave devido a um acidente motociclístico e, portanto, o óbito não tem relação com o fungo Candida auris”.

Com o aumento de casos confirmados esta semana, o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, gravou um vídeo para esclarecer algumas questões relativas ao fungo. Entre elas, afirmou que o superfungo afeta, principalmente, “pessoas imunocomprometidas, aquelas mais frágeis, que estão nos hospitais”.

Além disso, disse que o Candida auris é uma preocupação específica dentro do ambiente hospitalar. “Não existe risco para que a população ache que exista um grande fungo que será transmitido pela população afora”, afirmou Baccheretti.

Casos

Assim como os outros três casos confirmados, o paciente que morreu estava internado no Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul da capital mineira. Dois dos infectados já tiveram alta, um no dia 20 de setembro e o outro em 2 de outubro. O outro paciente segue internado.

Os casos foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Fundação Ezequiel Dias (Funed), e acompanhados também pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte.

Até então, além dos confirmados, 35 pessoas foram testadas. Desse total, nove pacientes negativaram e receberam alta, 24 aguardam o resultado dos exames e dois permanecem internados apesar de terem apresentado resultado negativo para a infecção.

O secretário de Saúde também informou que estão sendo realizados testes rotineiros em pacientes que tiveram contato com algum dos quatro infectados.

A SES informou que as pessoas sob investigação estão em leitos isolados dos demais e estão sendo tomadas outras medidas seguindo os protocolos de segurança sanitária em ambiente hospitalar, como higienização das mãos e precaução de contato com uso de luvas e avental.

“Seguindo os protocolos de segurança sanitária em ambiente hospitalar, o Hospital João XXIII tomou todas as medidas de controle e manejo necessárias para proteção dos demais pacientes e profissionais da unidade, como higienização das mãos, medidas de precaução de contato (uso de luvas e avental) dos casos suspeitos e testes para detecção de novos casos”, informaram a SES e a Fhemig.

Riscos

Quando o primeiro caso de superfungo foi identificado na capital mineira, em meados de setembro deste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) emitiu um alerta sobre. No documento, o executivo municipal considerou que “Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública”.

Entre as razões apresentadas estão: a capacidade de produção de biofilmes tolerantes a antifúngicos; resistência aos medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida e possível permanência, de semanas ou meses, no ambiente, apresentando resistência a diversos desinfetantes, como aqueles à base de quaternário de amônio.

Outra característica alarmante do superfungo apontada pelo alerta é sua alta transmissibilidade: a infecção pode “ocorrer de pessoa a pessoa, por contato direto ou indireto (através de superfícies, instrumentos ou mãos contaminadas) principalmente dentro dos serviços de saúde”.

Entretanto, muitos dos infectados são assintomáticos, o que dificulta o diagnóstico. Segundo o infectologista Carlos Starling, a detecção pode acontecer de forma ocasional, quando o paciente está dentro do contexto hospitalar, seja qual for o motivo. “Por exemplo: está com dor ao urinar e faz um exame de urina, ou tirou um cateter, ou está com febre. Dentro de um procedimento normal para investigar a infecção, o fungo aparece”, ele explica.

Infecção e sintomas

O superfungo pode afetar diversas regiões do corpo humano, entre os possíveis sintomas estão febre, calafrios e dores. Além disso, o Candida auris pode causar infecção de corrente sanguínea e outras invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades, de acordo com alerta da PBH.

“Caso o fungo alcance o sangue, ele pode se espalhar para outros órgãos e causar candidíase invasiva, ou seja, uma infecção generalizada. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, a taxa de mortalidade da candidíase invasiva varia de 29% a 53%”, afirmou o Hospital Israelita Albert Einstein em informativo publicado em 2023. Uma das portas de entrada do Candida auris na corrente sanguínea é a utilização de dispositivos médicos que perfuram a pele, como cateteres venosos centrais.

*Por EM

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