Após permanecer por cinco anos no Nível de Emergência 3, o mais alto da escala, a estrutura teve o alerta rebaixado para Nível de Emergência 2, ainda considerado de risco. A decisão foi tomada com base em novas investigações geotécnicas e avanços nas obras de descaracterização da barragem.
Desde 2019, a barragem estava classificada como um risco iminente, com fator de segurança abaixo do recomendado, o que exigiu a retirada dos moradores da região.
Mesmo diante da melhora, os residentes da Zona de Autossalvamento (ZAS) não poderão retornar, porque a área deve continuar esvaziada até a completa descaracterizaçãoda barragem, prevista para dezembro de 2029.
Em fevereiro de 2019, mais de 230 pessoas foram retiradas das comunidades de Socorro, Tabuleiro, Piteiras e Vila do Gongo, em Barão de Cocais, pelo risco de rompimento. Houve a assinatura de um acordo de reparação e os moradores não podem retornar para casa até a conclusão das obras.
Os trabalhos de estabilização da barragem removeram cerca de 13% dos rejeitos, o equivalente a 900 mil metros cúbicos de material.
Além disso, melhorias na drenagem e a redução do aporte de água no reservatório contribuíram para a diminuição do risco. No entanto, a Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), instalada para conter eventuais rupturas, continuará ativa até a eliminação total da barragem.
A ANM garantiu que o monitoramento contínuo da estrutura será mantido, mesmo com a redução do nível de emergência. A Vale, responsável pela barragem, destacou o uso de tecnologias para a realização das obras.
“Desde que foi classificada em Nível de Emergência 3, a barragem tem sido vistoriada frequentemente, de forma presencial, e também por meio de monitoramento via SIGBM e de sessões técnicas periódicas. A mesma sistemática será mantida agora que a barragem está em Nível de Emergência 2, garantindo que a descaracterização da barragem ocorra de forma controlada e segura”, destacou Eliezer Senna, coordenador de Gerenciamento de Riscos Geotécnicos de Barragens de Mineração (COGRGBM) da Superintendência de Segurança de Barragens da ANM.
A barragem Sul Superior faz parte de um conjunto de 30 estruturas que a Vale pretende eliminar até 2025, em cumprimento às legislações de segurança de barragens.
Atualmente, duas delas seguem em nível 3 de emergência: Forquilha III, da Vale, em Ouro Preto, e da ArcelorMittal, em Itatiaiuçu.
*Por G1 Minas