A pedagoga Claudineia Francisca Lima, de 46 anos, que morreu após ser submetida a um procedimento de hérnia epigástrica e de abdominoplastia em um hospital-dia na região Centro-Sul da capital mineira, comprou as cirurgias em uma promoção da Black Friday por R$ 18 mil.
“Ela falou que custava R$ 29 mil e estava fora de cogitação. Dias depois, fizeram uma promoção”, contou Adinelson Valadares, viúvo da vítima, durante o velório da companheira em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (17). O sinal foi de R$ 1 mil, com pagamento à vista via Pix.
Ele contou que o procedimento era um sonho de Claudineia: “Ela era muito vaidosa. O sonho virou um pesadelo, uma tragédia. Tô sem chão. Destruiu uma família inteira! A mãe dela não quer saber de viver mais. Meus filhos estão destruídos… meus netos, minha nora, minha irmã, meu irmão”, lamentou.
Despedida
A família fará duas despedidas para a vítima, devido ao grande número de amigos e familiares. “Fizemos uma despedida aqui (Contagem) e faremos outra no Bomfim (região Nordeste de BH). Tem muita gente da capital que é amiga dela”, disse Adinelson, ressaltando que Claudineia era muito querida.
O velório ocorreu das 8h às 11h na Capela Metromax, na avenida João Cesar de Oliveira, 1.228, no bairro Eldorado. O enterro vai acontecer no Cemitério do Bonfim, por volta das 14h.
O caso
As cirurgias de hérnia epigástrica e abdominoplastia foram realizadas na quinta-feira (13) em um hospital-dia localizado na região Centro-Sul. No pós-operatório, Claudineia passou mal e precisou ser transferida do hospital-dia onde se recuperava para um hospital próximo. Contudo, ele era particular, e a família optou por transferi-la para uma instituição que aceitasse seu plano de saúde. Uma tomografia feita no local identificou uma perfuração na traqueia. Contudo, devido ao período de carência do plano, ela não pode ficar, e foi transferida para um hospital público (SUS). No sábado (15), a paciente passou por um procedimento pela cirurgia torácica, sofreu duas paradas cardíacas e faleceu.
Sucessivas transferências
O médico-cirurgião plástico Marcelo Regianni afirmo, por meio de nota, que, durante a intervenção, não houve intercorrência que indicasse complicação durante a cirurgia. Ele afirmou que não foi o responsável pela intubação, feita por causa da anestesia. Ainda na nota, ele atribuiu a piora do quadro da paciente à demora no tratamento efetivo por conta de sucessivas transferências entre hospitais. Leia a nota completa aqui.
*Por Rádio Itatiaia