O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quinta-feira (19) que é contra a privatização da Cemig (Companhia Energética Minas Gerais). Em seguida, teceu críticas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO). Segundo ele, o chefe do Executivo tem adotado uma política “entreguista” de desestatização de “áreas estratégicas” do Estado.
“Discordo de qualquer política entreguista. Sou um grande crítico da política econômica implementada pelo ex-ministro (da Economia) Paulo Guedes. E sou um grande crítico da política que o atual governador de Minas faz com relação e em especial a essas áreas estratégicas”, disse Alexandre Silveira.
A privatização da estatal tem sido um dos principais debates na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Isso porque o governador do Estado, Romeu Zema (Novo), anunciou que quer transformar a empresa em uma corporação (corporation). Na prática, o Estado deixaria de ser o gestor principal, e a Cemig não teria um controlador definido.
Em seguida, Silveira queixou-se da decisão do governo estadual de impedir um referendo para privatizar a Cemig. Como a anuência popular é determinada pela Constituição do Estado, o Executivo encaminhou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) à ALMG para alterar o artigo.
“Tenha coragem de deixar o povo ir às urnas e decidir. Mas não, manda uma PEC para a Assembleia Legislativa para tirar o poder do povo mineiro. Nós vamos lutar contra isso. É claro que ele tem seus aliados, mas eu entendo que se está na Constituição mineira, não deve mudar”, disse.
O projeto precisa ser aprovado pela maioria da Assembleia de Minas – 48 dos 77 deputados. Somente após isso, pode ser colocada em discussão uma matéria sobre a privatização. “A Cemig é uma empresa estratégica. Quer discutir o mérito da privatização? Que se discuta. Mas depois que o povo mineiro decidir nas urnas, de forma legítima, que é preciso ou não privatizar a Cemig”, completou Alexandre Silveira a jornalistas em Brasília.
A privatização de empresas estatais de Minas Gerais foi uma promessa de campanha feita por Zema ainda em 2018. Além da Cemig, o desejo do governo mineiro é vender a Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) e a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais). O intuito é reduzir o tamanho da máquina pública.
Assinatura de estudos para expansão de transporte aquaviário em Furnas
Silveira assinou durante cerimônia no Ministério de Minas e Energia, nesta quinta-feira, contrato para estudos que visam a expansão de prestação de serviço de transporte aquaviário nos reservatórios das usinas hidrelétricas de Furnas e Mascarenhas de Moraes – conhecido como Peixoto, ambas em Minas Gerais.
De acordo com a pasta, a elaboração dos estudos de viabilidade está sendo feita pela Eletrobrás Furnas. A conclusão dos trabalhos está prevista para o próximo ano. Atualmente, existem 18 embarcações em operação na represa.
“Agora é hora de manter a segurança do sistema e preservar os demais usos, como a navegação, o turismo e a agricultura. É com o uso sustentável dos nossos recursos que o Brasil vai liderar o desenvolvimento de energias limpas e renováveis no mundo”, finalizou.
*Por O Tempo