Está se recuperando com a família, Fabíola Oliveira, de 43 anos, que levou 15 facadas do ex-marido, um homem de 45 anos, em uma tentativa de feminicídio em Lagoa Santa, na Grande BH, no começo deste mês.
À Itatiaia, ela contou como tudo aconteceu no dia 2 de julho após o trabalho. “Ele já tava me aguardando, próximo do serviço, para me passar a pensão que, segundo ele, não conseguiu fazer PIX para mim porque havia dado um problema no aplicativo dele”, lembrou. O dinheiro corresponderia a pensão dos três filhos que eles têm juntos.
Ela conta que ele entregou o dinheiro e ele perguntou se poderia acompanhá-la. “Eu disse que sim e fomos conversando normalmente. Ele perguntou pelos meninos e tudo… Quando chegou na porta, ele veio se despedir e me pediu um abraço”, contou.
Foi nesse momento que ele puxou uma faca, e atacou a ex-companheira. “Eu falei: ‘a gente não tem nada’. Aí ele me pegou pelo braço. Parecia que ele estava me abraçando. Mas ele já tinha tirado a faca e eu assustei”, lembrou.
A vítima tentou contê-lo para cessar a agressão. “Mas ele já passou a primeira na minha barriga, minhas vísceras ficaram expostas e eu caí. Ele continuou golpeando. Não sei quanto tempo aquilo durou, mas pareceu uma eternidade”, disse.
Fabíola passou sete dias no hospital até ter alta médica e acredita que estar viva é um milagre. “Quem vê o vídeo nem acredita que tô viva até hoje. Eu também não consigo entender. Deus a gente não explica né?”, analisou.
Ele foi detido pouco tempo depois pela Polícia Militar, confessou o crime, e continua detido.
‘Civilidade’
Fabíola conta que, há 10 anos, o ex-marido adoeceu e ela cuidou dele. “Eu me divorciei porque eu adoeci ele não percebeu”, lamentou. Ela ainda disse que traições por parte dele já faziam parte da relação.
“Eu pedi para me separar, saí da casa e tentei manter, o máximo, de vínculo de civilidade”, contou. Ela acredita que a tentativa de feminicídio ocorreu depois que ele percebeu que ela não dependia mais dele: “isso por questão do machismo mesmo”.
Crime premeditado
Agora, ela espera que a Justiça seja feita. “Que eu não seja algo que, seja só, mais uma estatística”, disse.
A defesa do ex alegou que o crime foi motivado por uma doença mental. Para Fabíola, não se trata de problemas psíquicos. “Ele premeditou, a faca foi amolada. Ele não teve um surto”, acrescentou.
*Por Rádio Itatiaia