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Justiça britânica nega recurso de mulher que perdeu cidadania por se juntar ao Estado Islâmico

Uma mulher que deixou o Reino Unido para se juntar ao Estado Islâmico aos 15 anos perdeu um recurso em um tribunal contra a decisão de que sua cidadania britânica fosse retirada.

Shamima Begum voou para a Síria em 2015 com dois amigos de escola para se juntar ao grupo terrorista. Enquanto estava lá, ela se casou com um combatente do EI e passou vários anos morando em Raqqa.

Begum reapareceu então em al-Hawl, um campo de refugiados sírio, em 2019. Ela ganhou as manchetes internacionais como uma “noiva do Estado Islâmico” depois de implorar ao governo do Reino Unido que lhe fosse permitido voltar ao seu país de origem para o nascimento do seu filho.

O então secretário do Interior, Sajid Javid, retirou a cidadania britânica de Begum em fevereiro daquele ano, e o filho recém-nascido morreu em um campo de refugiados sírio no mês seguinte.

Ela pontuou à imprensa do Reino Unido que teve outros dois filhos antes desse bebê, que também morreram na Síria durante a infância.

Ao decidir se a ação do governo era legal, a Chefe de Justiça, Baronesa Carr, destacou, de acordo com a PA Media: “Pode-se argumentar que a decisão no caso da Sra. Begum foi dura. Também se poderia argumentar que a Sra. Begum é a autora do seu próprio infortúnio.

“Mas não cabe a este tribunal concordar ou discordar de qualquer ponto de vista”, ressaltou.

A decisão não sinaliza necessariamente o fim da batalha legal de Begum. Alexander dos Santos, advogado de extradição, disse à Sky News após a decisão que há “pelo menos algum potencial” para os seus advogados recorrerem novamente.

Ele apontou o fato de Begum ter sido deixada apátrida como base para isso, algo que seus advogados argumentaram que o governo britânico não considerou totalmente as consequências.

Begum fez vários apelos públicos enquanto lutava contra a decisão do governo, mais recentemente aparecendo no documentário da BBC The Shamima Begum Story e em uma série de podcasts da BBC em 10 partes.

Na série de podcasts, ela insistiu que “não é uma pessoa má”. Embora aceitasse que o público britânico a visse como um “perigo” e um “risco”, Begum culpou sua representação nos meios de comunicação.

Os seus advogados argumentaram que ela foi vítima de tráfico de crianças e que a decisão era ilegal, uma vez que a tornou apátrida.

*Com CNN BRASIL

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