Às vésperas da entrada em vigor da reforma administrativa, o prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), já começou a ser cobrado para que inicie a ocupação de cargos nas quatro novas secretarias criadas dentro da alteração do organograma municipal.
A pressão vem do comando de partidos políticos e de vereadores. Damião vem afirmando não ver problemas em receber indicações para a ocupação de cargos. Em entrevista a O TEMPO Brasília na quarta-feira (22 de janeiro) afirmou ser necessário compartilhar a administração da cidade. Não há, porém, data para que isso ocorra.
A reforma administrativa foi elaborada pelo prefeito afastado Fuad Noman (PSD) e aprovada pela Câmara de Vereadores no final do ano passado. A sanção, pelo próprio Fuad, ocorreu em 2 de janeiro, um dia antes da internação hospitalar na qual se encontra até hoje.
As quatro pastas criadas são as de Segurança Alimentar e Nutricional, Mobilidade Urbana, Administração Logística e Patrimonial, e a Secretaria-Geral, além de uma nova regional, a Hipercentro. Para toda a estrutura foram criados cerca de 100 outros cargos.
Com exceção da nova regional, já foram nomeados responsáveis pelas quatro pastas criadas. Não houve até o momento, porém, a posse dos indicados, o que deixa mais forte a possibilidade de trocas. Além de dizer que pode receber indicações, Damião tem afirmado ainda que a ocupação dos cargos obedecerá termos estabelecidos por Fuad durante articulações para a disputa da sua reeleição, no ano passado.
Vereadores entrevistados pela reportagem afirmam terem entrado em contato com a prefeitura para conversas sobre a ocupação dos postos. A resposta ouvida seria que as indicações ocorreriam somente em março, prazo que consideram longo. Uma das pastas com responsáveis já nomeados, a da Segurança Alimentar e Nutricional, está entre as que podem passar por trocas. A responsável pela secretaria hoje é Darklane Rodrigues Dias, indicada pelo PT, que já é servidora da prefeitura.
Dentro do partido, porém, há quem diga que a indicação não atende toda a legenda, e que o ideal seria aproveitar a entrada em vigor da reforma para colocar um nome de consenso na sigla. A legenda estaria interessada também em assumir a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica. O PT teve o deputado federal Rogério Correia como candidato a prefeito no ano passado. Derrotado no primeiro turno, o partido apoiou Fuad na segunda etapa de votação.
As trocas na prefeitura, porém, poderão ocorrer também em secretarias que já existem. O PSDB, que também apoiou Fuad, e já tinha integrantes na administração municipal, deverá ficar com a de Esportes e Lazer. Também entre as pastas que já existem, o PT tenta, ainda sem indícios de que poderá ter sucesso, ficar com a Secretaria de Saúde, indicando para o posto Helvécio Magalhães, cujo último cargo ocupado foi o de Secretário de Atenção Especializada à Saúde do governo Lula.
*Por O TEMPO