O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais-MG (SES-MG), disponibilizou aos municípios cerca de quatro milhões de doses da vacina antirrábica animal para a campanha de 2023, que vai ocorrer entre os meses de agosto e setembro. A expectativa é imunizar 80% da população canina e felina em todo o estado. O cronograma e locais de vacinação estão a cargo dos municípios que deverão divulgar amplamente essas informações.
Em 2021, a cobertura vacinal canina foi de 94%. A felina foi de 103% – considerando animais em trânsito (de outros estados que estavam no território durante a campanha) ou que tomam mais de uma dose -, num total de 4.028.810 animais vacinados. Já em 2022, 88% da população canina e 91% da felina receberam a vacina, com 3.877.802 animais imunizados.
A raiva, também chamada de hidrofobia, é uma doença provocada por um vírus do gênero Lyssavirus que causa grande inchaço do cérebro e compromete o sistema nervoso central. É uma doença contagiosa considerada grave, com alto nível de letalidade. A contaminação por raiva humana ocorre quando a pessoa é mordida, lambida ou mesmo arranhada por animais infectados, principalmente gatos, cachorros e morcegos. A melhor forma de prevenir a difusão dessa zoonose é a vacinação. Por isso, os animais domésticos (cães e gatos), a partir dos três meses de idade, devem ser vacinados pelo menos uma vez por ano.
De acordo com a coordenadora de Zoonoses e Vigilância de Fatores de Risco Biológicos da SES-MG, Mariana Gontijo de Brito, a imunização dos cães e gatos, além de proteger os animais, é fundamental para o combate à raiva humana. “Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus, mas, por estarem mais próximos das pessoas, os caninos e felinos são os principais transmissores dessa doença, que é bastante grave e, na maioria das vezes, letal. A ocorrência da raiva humana tem diminuído pela transmissão por cães e gatos e por isso é fundamental manter a vacinação desses animais em dia”, alerta.
Sintomas
Todo cão e gato que apresentar mudança brusca de comportamento ou sinais e sintomas compatíveis com a raiva, tais como salivação abundante, dificuldade para engolir, alteração nos hábitos alimentares e paralisia, é considerado suspeito e deve ser levado ao veterinário.
“Caso o animal apresente qualquer sintoma, é muito importante entrar em contato com o serviço de zoonoses do município para notificar a mudança de comportamento para o monitoramento adequado”, ressalta Mariana Brito.
Em caso de agressão por cães, gatos ou outros animais, a pessoa exposta deve lavar o ferimento abundantemente com água e sabão, o mais rápido possível, aplicar produto antisséptico e procurar imediatamente assistência médica.
“Se a pessoa teve qualquer contato com o animal doente, é essencial procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para a avaliação do profissional competente, sem esperar o aparecimento de qualquer sintoma. Isso faz toda a diferença para evitar o desenvolvimento da doença, já que há tratamento preventivo disponível na rede do Sistema Único de Saúde (SUS)”, conclui a coordenadora.
Em 2022, Minas Gerais registrou um caso de raiva em cão e um em gato. Em 2023, até 30/6, não havia registro de ocorrência em cães e gatos. Já entre humanos, foram quatro casos em 2022 e um caso em 2023, até o momento, todos com evolução a óbito.
Mais informações estão disponíveis no site da SES-MG e podem ser acessadas neste link.
*Com Agência Minas