O filho do presidente dos Estados Unidos, Hunter Biden, se declarou inocente das acusações de crimes fiscais e de posse ilegal de armas, e a audiência desta quarta-feira (26) terminou sem o acordo judicial que era esperado.
Hunter Biden se declarou inocente depois que a juíza responsável pelo caso – Maryellen Noreika, nomeada por Donald Trump – disse que não poderia aceitar o acordo judicial com o qual os promotores do Departamento de Justiça e a defesa de Biden concordaram e que ela precisava de mais tempo para revisá-lo com os promotores.
As duas partes chegaram a um acordo judicial mais limitado em relação ao anterior nesta quarta-feira. O novo acordo cobriria apenas condutas relacionadas a delitos fiscais, uso de drogas e posse de armas e abrangeria somente o período de 2014 a 2019.
Os dois lados concordaram que este acordo não protegeria o filho de Joe Biden de possíveis acusações futuras.
Para isto, Hunter Biden deveria se declarar culpado das contravenções fiscais cometidas entre 2017 e 2018.
Apesar de os dois lados terem concordado com os termos do novo acordo, a juíza disse que “não poderia aceitar o acordo” nesta quarta.
A reviravolta ocorreu depois que a expectativa de uma audiência de confissão de rotina se transformou na realidade em um caso de três horas, com negociações silenciosas entre advogados e perguntas pontuais da juíza Maryellen Noreika.
Os promotores e os advogados de Hunter Biden ainda podem persuadir Noreika a aprovar o acordo como ele foi negociado ou alterá-lo para uma forma que ela possa aceitar.
A juíza chamou o acordo de “incomum” por incluir a acusação relacionada a porte ilegal de armas, que ocorre em um caso separado das acusações por crimes fiscais.
Em relação aos crimes fiscais, os promotores alegam que Hunter Biden não pagou impostos sobre mais de US$ 1,5 milhão em receitas nos anos 2017 e 2018, apesar de dever mais de US$ 100.000.
Em um caso separado, ele é acusado de posse ilegal de arma de fogo enquanto usava substâncias controladas.
Os republicanos há anos acusam Hunter Biden de usar o poder político de seu pai para ganho pessoal em seus negócios na Ucrânia e na China, embora a investigação do procurador dos EUA David Weiss, de Delaware, também indicado por Trump, não tenha apresentado nenhuma evidência para apoiar essas alegações.
A notícia do acordo judicial, quando divulgada em junho, gerou acusações de tratamento favorável ao filho do presidente por parte de Trump e seus aliados republicanos.
*Publicado por Fernanda Pinotti, com informação da Reuters/CNN BRASIL