O sepultamento do motorista de aplicativo Leone Lucas dos Santos, de 22 anos, morto enquanto trabalhava na noite de 28 de dezembro em Itabirito, na Grande BH, foi marcado por muita comoção e revolta. Familiares e amigos estavam inconformados com a crueldade do crime que tirou a vida do jovem trabalhador. O corpo de Leone foi sepultado nesta sexta-feira (5), no cemitério da Saudade, na região Leste de Belo Horizonte.
Na despedida de Leone, aplausos e orações. “Ele era alegre, um rapaz alto astral, se você ver a quantidade de pessoas que tem aqui, você vê que ele era amado. A relação que a gente tinha era de muito amor e carinho. Eu sempre demonstrava e falava que amava ele”, contou o irmão da vítima, Leonel Alves Pereira dos Santos, que também trabalha como motorista.
Segundo Leonel, o irmão trabalhava como motorista de aplicativo há cerca de quatro anos. Leone foi enforcado dentro do próprio carro por quatro suspeitos, entre eles um menor de 16 anos, na BR-356. O corpo dele foi jogado em um rio e encontrado somente na quarta-feira (3), seis dias após o crime. Os suspeitos se entregaram à polícia após serem ameaçados por supostos traficantes da Serra, local onde o jovem residia.
“Eu tô destruído. O que a gente tem que guardar nesse momento agora são os momentos mais felizes que a gente teve, a alegria nos momentos de brincadeira com os amigos, os familiares, nos churrascos”, disse Leonel.
Após o sepultamento, familiares, amigos e motoristas de aplicativo organizaram uma carreata em protesto à crueldade. “Mais uma vítima de roubo seguido de morte. Vamos fazer uma passeata para expor essa tragédia e não deixar impune esses criminosos”, concluiu o irmão.
O crime
O assassinato ocorreu na altura do km 46 da rodovia BR-356. À polícia, os suspeitos contaram que logo após dar início à corrida, o motorista parou para abastecer em um posto de combustíveis no bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, também na Grande BH.
Leone mandou mensagens e compartilhou a corrida com dois colegas, também motoristas de aplicativo. Nelas, dizia estar com medo e achando a corrida “esquisita”.
Após passar por uma barreira da Polícia Rodoviária Federal, Leone foi assassinado. Os suspeitos fizeram uma limpa no carro e abandonaram o veículo em uma estrada de terra. Eles levaram apenas moedas que estavam dentro do veículo.
Uma das mulheres que pediu a corrida pelo aplicativo jogou o telefone fora, ligou para Polícia Militar e disse que o celular foi roubado na rodoviária.
Duas mulheres, de 29 e 31 anos, e um homem, de 25, marido de uma delas, se entregaram à Polícia Civil na terça-feira (3). Os suspeitos devem responder por latrocínio, ocultação de cadáver e corrupção de menor.
*Por Portal Hoje em Dia