Há 10 anos, o mundo assistia uma das tragédias mais marcantes da história da capital mineira: a queda do Viaduto Batalha dos Guararapes. Estávamos em plena Copa do Mundo, que era sediada no Brasil. Belo Horizonte era uma das cidades escolhidas para receber os jogos. E o viaduto que desabou em cima de carros e um micro-ônibus, matando duas pessoas e deixando outras 23 feridas, fazia parte de um pacote de infraestrutura para a Copa do Mundo no Brasil.
Localizado na Avenida Pedro Primeiro, região Norte, o viaduto dos Guararapes ficava entre o aeroporto internacional de Belo Horizonte, em Confins, e o Estádio Mineirão, sendo um dos acessos entre a região Norte de BH e a região Central da cidade. Mas para terminar a obra rápido, já que a Copa do Mundo batia na porta, a construção foi baseada na negligência na fiscalização, pressa e urgência, como depois apontou o Ministério Publico.
Mas, ao falar com a imprensa, logo após a queda do viaduto, o então prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, chegou a dizer que acidentes como esse, acontecem. “Eu não quero adiantar discussão sobre responsabilidade. Esse momento é um momento de lamentar as perdas e aprendermos com essa lição… Acidentes como esse, infelizmente, acontecem”, disse na época.
Enquanto isso, os bombeiros se mobilizavam para resgatar as vítimas e atender parentes que chegavam desesperados em busca dos familiares. O Coronel Edgar Estevão era chefe da Comunicação dos Bombeiros à época. “Foram diversos desafios, muita coisa a lamentar em razão dos feridos e aos familiares das pessoas que perderam a vida ali. Mas não aprendizado também muito grande para diversas organizações, principalmente para o corpo de bombeiros, que trabalhou numa resposta de uma forma muito intensa”, acrescentou.
Hanna Cristina dos Santos, de 25 anos, era motorista do micro-ônibus atingido pelas estruturas de concreto. Ela não resistiu. Charles Moreira, de 24 anos, dirigia um carro, que também ficou debaixo do viaduto. Ele também morreu. “Infelizmente, era uma pessoa da minha família. Meu irmão faleceu. Foi uma coisa muito triste e ainda é triste”, disse Haiki Moreira, irmão do Charles.
Seis anos após a queda do viaduto, 6 engenheiros foram condenados e outros dois absolvidos. Eles foram condenados pelas mortes de Hanna e Charles e pelos ferimentos de 23 pessoas: 17 passageiros do micro-ônibus e operários. A justiça concedeu a eles o direito de substituição da pena da prisão por outra pena. O pagamento feito por cada um dos condenados, de 200 salários mínimos aos dependentes das vítimas fatais e outros 50 salários mínimos para cada uma das 23 vítimas lesionadas.
Segundo a denúncia do MP as causas do desabamento apontaram para vários fatores: erros e omissões grosseiras, descaso com o dinheiro publico, irresponsabilidade de quem deveria zelar pela segurança, aceitação de riscos, negligência na fiscalização, pressa e urgência desmedidas já que a copa do mundo se aproximava.
*Por Rádio Itatiaia