Quinta-feira, Janeiro 9, 2025
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Casas viram alvo: BH tem média de mais de 14 roubos ou furtos a residências por dia

O sol já raiava por volta das 6h do dia 13 de outubro, quando um homem de casaco e boné entrou, pelo portão da garagem, em um prédio no bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte. Menos de dez minutos depois, o suspeito saiu do local com uma mala que havia furtado de um dos apartamentos. O crime, registrado por câmeras de segurança do prédio, surpreendeu pela tranquilidade com que o criminoso agiu.

“Com muita habilidade, ele tirou o portão do trilho e entrou na garagem. Tinha um armário, que ele arrombou e levou os pertences do morador de um apartamento. Depois disso, ele foi embora como se nada tivesse acontecido. Temos câmeras por todos os lados, o portão tinha uma tranca e, mesmo assim, nada o inibiu”, contou Gilmar Santana, síndico do edifício, indignado com a ousadia do ladrão, que não se intimidou com as câmeras de vigilância nem com o fato de o portão do prédio estar trancado.

“O ocorrido trouxe medo e insegurança. Então, estamos tentando todas as formas de proteger o prédio e todos nós moradores”, completa a subsíndica Cléo Mendes.

Casos como esse se repetem em Belo Horizonte. Somente em outubro deste ano, 458 imóveis residenciais foram alvos de roubo ou furto na capital – média de mais de 14 por dia –, conforme dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG). O aumento é de 11,7% em relação setembro, quando houve 410 casos registrados. A preocupação de autoridades de segurança é que nos meses de dezembro e janeiro, quando muitas pessoas viajam para as festas de fim de ano e férias e férias, elas deixam suas casas vazias e mais vulneráveis à ação de criminosos, como alerta o tenente-coronel Flávio Santiago, chefe do centro de jornalismo da Polícia Militar de Minas Gerais. Ele afirma que a PM trabalha para coibir a ação dos criminosos.

Policial militar reformado, com 30 anos de experiência, e especialista em segurança pública, Ailton Cirilo da Silva explica que, muitas vezes, bandidos que invadem casas ou prédios se aproveitam da oportunidade para cometer o crime. “Saber que não tem ninguém no imóvel é atrativo para os bandidos, facilita a ação deles. Muitas vezes, um único criminoso consegue roubar ou furtar três, quatro residências em uma só noite. Até ele ser preso, já conseguiu realizar vários crimes”, alerta.

“A gente dá algumas dicas para a população se proteger, como, por exemplo, reforçar as fechaduras e melhorar o monitoramento com câmeras. Não é transferir a responsabilidade da segurança pública para a população, mas ter cuidado nunca é demais”, ressalta Silva.

O ex-PM explica que as forças de segurança também precisam desenvolver ações de vigilância e prevenção como forma de inibir os crimes. Opinião é compartilhada pelo especialista em segurança pública Luis Flávio Sapori, que reforça a necessidade de um melhor trabalho de inteligência principalmente por parte da Polícia Militar. “A melhor forma para coibir esse tipo de crime é identificando os locais onde há um maior número de casos e aumentar o policiamento ostensivo”, afirma.

Roubos atingem marca

Em setembro e outubro deste ano, Belo Horizonte teve, em cada mês, 20 casos só de roubos a residências. A região Centro-Sul, com dez, foi o principal alvo dos bandidos. O número, que parece pequeno, chama atenção, pois desde julho de 2022 a capital não registrava essa marca.

“Quando a gente compara com dez anos atrás, em 2015, por exemplo, quando houve 38 e 43 registros em setembro e outubro, respectivamente, os números brutos são relativamente baixos. Mas, quando a comparação é nesse período mais curto, a gente vê um pico de crescimento, que merece atenção e preocupação das autoridades de segurança pública”, avalia Luis Flávio Sapori.

Para quem é vítima da ação de criminosos, fica o medo, como conta a diarista Bianca Lopes, de 56 anos, moradora do bairro Concórdia, na região Nordeste de BH. No dia 28 de novembro, um ladrão invadiu a casa dela e levou uma mochila que estava preparada para viagem.

“Eu estava em casa com minha irmã, fazendo um lanche. A mochila tinha roupas, chinelos, bijuterias e um anel de ouro, que era da minha mãe. O nosso cachorro até latiu, mas, por ser um horário movimentado, achei que era um movimento comum na rua. Mas tinha sido o ladrão, que pulou pela janela do meu quarto, roubou a mochila e tentou arrombar o portão da garagem para fugir. Como não conseguiu, voltou pela janela”, lembra a diarista.

A ação foi rápida e não houve violência física, mas o ocorrido causou um trauma em Bianca. “Fica a sensação de insegurança e medo de que possa acontecer de novo. Este não é o bairro que eu cresci e vivo desde que nasci”, diz.

Para quem é vítima da ação de criminosos, fica o medo, como conta a diarista Bianca Lopes, de 56 anos, moradora do bairro Concórdia, na região Nordeste de BH. No dia 28 de novembro, um ladrão invadiu a casa dela e levou uma mochila que estava preparada para viagem.

“Eu estava em casa com minha irmã, fazendo um lanche. A mochila tinha roupas, chinelos, bijuterias e um anel de ouro, que era da minha mãe. O nosso cachorro até latiu, mas, por ser um horário movimentado, achei que era um movimento comum na rua. Mas tinha sido o ladrão, que pulou pela janela do meu quarto, roubou a mochila e tentou arrombar o portão da garagem para fugir. Como não conseguiu, voltou pela janela”, lembra a diarista.

A ação foi rápida e não houve violência física, mas o ocorrido causou um trauma em Bianca. “Fica a sensação de insegurança e medo de que possa acontecer de novo. Este não é o bairro que eu cresci e vivo desde que nasci”, diz.

PM diz que atua contra criminosos

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar de Minas Gerais, por meio do Comando de Policiamento da Capital, informou que acompanha as ocorrências de furtos e roubos a residências na capital.

Segundo a corporação, ações específicas estão sendo adotadas em relação aos crimes, entre elas o mapeamento, monitoramento e identificação dos autores, o combate à receptação, aumento do policiamento ostensivo e a intensificação do patrulhamento nas áreas mais afetadas, com o objetivo de aumentar a presença policial e, consequentemente, inibir a ação dos criminosos, além de operações preventivas.

*Por O TEMPO

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