A estabilidade da economia norte-americana e a insatisfação dos eleitores sobre as ameaças ao direito de aborto estão impulsionando o presidente Joe Biden no caminho para as eleições do próximo ano, mas os eleitores estão receptivos a uma série de questões culturais nas quais os republicanos estão priorizando nas campanhas, mostrou uma nova pesquisa Reuters/Ipsos.
Biden lidera sobre Donald Trump, favorito a vencer as primárias do Partido Republicano, por 37% a 35% em um confronto hipotético, com os 28% restantes dizendo que não tinham certeza de quem escolher ou votariam em outra pessoa ou em ninguém.
Os republicanos que lutam pela indicação de seu partido para possivelmente enfrentar Biden em 2024, liderados pelo ex-presidente Donald Trump e o governador da Flórida, Ron DeSantis, têm enfatizado questões como imigração e o ensino de questões de gênero e sexualidade em escolas públicas.
Os eleitores parecem ser persuadíveis em algumas dessas questões, mostrou a pesquisa, enquanto eles criticam os republicanos por seus esforços para restringir o aborto.
Biden, de 80 anos, está buscando um segundo mandato e sinalizou que planeja concorrer em grande parte com base em seu histórico econômico – particularmente baixo desemprego e investimento público na criação de postos de trabalho, que ele chama de “Bidenomics”.
Uma parcela significativa dos eleitores, 36%, disse esperar que sua situação econômica pessoal melhore no próximo ano, comparado com um total de 20% que espera uma piora. Outros 38% esperavam que a situação se mantenha.
Preocupações com a perda do direito ao aborto ajudaram os democratas nas eleições para o Congresso do ano passado, e a pesquisa mostrou que a maioria dos eleitores se opõe a candidatos presidenciais que favorecem duras restrições ao aborto.
Todos os candidatos à indicação republicana apoiam a limitação do procedimento de alguma forma, com DeSantis entre os que defendem as medidas mais restritivas.
Os entrevistados também expressaram desconforto com a questão da imigração.
Cerca de 48% dos entrevistados disseram concordar com a afirmação de que a imigração está tornando a vida mais difícil para os norte-americanos nativos, em comparação com 37% que discordaram e o restante que não tinha certeza.
Trump e DeSantis adotam posições extremas sobre imigração e segurança na fronteira, enquanto o governo Biden tem procurado um meio-termo entre proteger a fronteira e acomodar aqueles com pedidos de asilo.
Sobre questões culturais, cerca de 50% dos entrevistados disseram que discordavam de uma afirmação de que temas relacionados a sexo, sexualidade e identidade de gênero deveriam ser ensinadas nas escolas, em comparação com 36% que concordavam com a declaração e 14% que não tinham certeza.
A pesquisa Reuters/Ipsos reuniu respostas online de 4.414 adultos norte-americanos de 11 a 17 de julho e teve uma margem de erro de 2 pontos percentuais.
*Com CNN BRASIL