O homem de 26 anos réu pelo assassinato do sargento Roger Dias da Cunha, morto no início de 2024 em Belo Horizonte, voltou a se tornar réu nesta quinta-feira (28). Porém, desta vez, não foi por homicídio ou roubo, mas sim por vandalismo e resistência. Welbert de Souza Fagundes vai responder na Justiça após destruir um computador do Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz, em Barbacena (MG). Welbert ainda não foi julgado pela morte do militar (relembre o caso no fim da matéria).
De acordo com a apuração da Itatiaia, a decisão foi assinada pela juíza Flávia Generoso de Mattos, da Comarca de Barbacena. Em um relatório breve, a magistrada reconheceu a autoria do crime e afirmou que a denúncia ‘está lastreada em indícios de convicção’. Além disso, a juíza ainda nomeou um defensor público da Comarca de Barbacena para atuar no caso.
O crime de vandalismo é punível com até três anos de detenção. Já o de resistência tem pena máxima de dois anos de detenção.
Jogou computador na parede
De acordo com os documentos obtidos pela Itatiaia, Welbert foi até um consultório do Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz, em Barbacena (MG), onde estava acolhido no momento, mas ficou inconformado com o parecer médico. O réu, então, passou a danificar o consultório e jogou um computador contra a parede. Mesmo com a resistência do suspeito, ele foi contido pelos policiais.
O réu voltou a resistir à ação policial quando foi levado para a enfermaria, precisando ser algemado e contido com o uso moderado de força. Os agentes ainda verificaram que Welbert estava com um clips, que supostamente poderia ser usado para abrir suas algemas. Ainda de acordo com a juíza, Welbert se debatia a todo momento, o que causou uma lesão leve em seu rosto. Por conta do incidente, ele perdeu o “benefício” e voltou para o presídio.
Sargento baleado
O sargento Dias, da Polícia Militar, morreu baleado durante uma operação no dia 5 de janeiro. O suspeito do crime é um homem que estava em saída temporária da cadeia. Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, é apontado como o responsável por disparar várias vezes à queima roupa contra a cabeça do sargento da Polícia Militar, Roger Dias da Cunha, no bairro Novo Aarão Reis, na Região Norte de Belo Horizonte.
O militar passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao Hospital João XXIII – uma para conter a pressão intracraniana e outra para conter o sangramento na perna, pois a bala atingiu uma artéria. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu na noite do dia 7 de janeiro.
Suspeito estava foragido da ‘saidinha’
Welbert tem 18 boletins de ocorrência registrados contra ele, por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.
A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça e não recebeu nenhum retorno.
No dia 11 de janeiro, poucos dias após a morte do sargento Dias, Welbert se tornou réu por um furto qualificado cometido em julho de 2023. Poucas semanas depois, a Justiça aceitou a denúncia e Welbert se tornou réu por homicídio triplamente qualificado contra o sargento Dias. Ele segue detido desde a época do crime.
*Por Rádio Itatiaia