O relatório preliminar do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, sigla em Inglês) dos Estados Unidos indicou o avião Boeing 737 Max 9 foi entregue à empresa Alaska Airlines sem instalar os parafusos necessários para manter a porta no lugar. Em 5 de janeiro deste ano, o modelo ganhou as manchetes internacionais quando a porta da aeronave explodiu enquanto o avião ainda estava no ar.
As informações são do jornal americano The New York Times. Na ocasião, nenhuma pessoa ficou ferida, mas o incidente poderia ter sido catastrófico caso a fuselagem tivesse se soltado em uma altitude mais alta. Isso, porque não havia pessoas sentadas nos assentos em que estavam ao lado da porta.
Investigação
Devido à gravidade da situação, o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ, sigla em inglês) abriu uma investigação criminal para apurar a responsabilidade da Boeing, a fabricante do avião. Essa não é a primeira vez que a empresa é alvo de investigações, recentemente, o órgão começou a revisar um acordo feito pela Boeing quando ela passou por uma acusação criminal federal devido a dois acidentes envolvendo aviões do modelo Boeing 737 Max 8.
Em 2018, uma aeronave do modelo caiu na Indonésia, sem causa aparente e, em 2019, outro avião caiu na Etiópia. Os dois acidentes resultaram na morte de 346 pessoas. No acordo que está revisão, a Boeing se comprometeu a pagar mais de US$2,5 bilhões como compensação para os seus clientes e a Administração Federal de Aviação (FAA) retirou a acusação em que alegava que a Boeing teria enganado o órgão ao omitir informações relevantes para a aprovação do 737 Max 8.
Falta de documentação
Durante as investigações sobre a explosão da porta do avião da Alaska Airlines, a Boeing não conseguiu apresentar a documentação que detalhava quais reparos teriam sido feitos no painel que se soltou em 5 de janeiro. Outro documento obtido pelo New York Times constatou que a tampa da porta do avião foi aberta em setembro na fábrica da Boeing em Renton, Washington, para reparar os rebites danificados na fuselagem da aeronave.
Apesar do incidente ainda estar em investigação pelo NTSB, a FAA aumentou as inspeções na fábrica em que os modelos 737 Max são fabricados, além de limitar a quantidade aviões que poderão ser produzidos mensalmente.
Já a Alaska Airlines, afirmou que tem cooperado com as autoridades americanas e que acredita que não é o alvo das investigações.