Uma das decisões mais polêmicas por parte dos gestores da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Cruzeiro, certamente, foi à saída do goleiro Fábio. O episódio, ocorrido no começo de 2022, logo que Ronaldo Fenômeno iniciou os trabalhos de auditoria no clube, foi relembrado pelo ex-diretor de comunicação celeste Vinícius Lordello.
Funcionário do clube entre novembro de 2021 e outubro de 2022, Lordello deu detalhes sobre a dispensa do recordista de jogos com a camisa azul.
“Uma crise desse tamanho, você tem que ter certeza da sua decisão. O Cruzeiro tinha certeza da sua decisão. A decisão do Cruzeiro não era não ter mais o Fábio. Era ter o Fábio em um prazo diferente do que era previsto originalmente, ponto um”, explicou, em entrevista ao “Maquinistas”, podcast do site “Máquina do Esporte”.
Fábio deixou o Cruzeiro semanas depois de Ronaldo assinar oferta de compra das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) da Raposa. A saída foi conturbada, uma vez que o camisa 1 não tinha o desejo de deixar o clube. Em carta, o camisa 1 expôs sua insatisfação com equipe do Fenômeno.
Depois de dispensar Fábio, Ronaldo viveu seu primeiro grande momento de turbulência na gestão do Cruzeiro. Além de ameaças de morte contra dirigentes do clube, torcedores se manifestaram em grande ato na porta da Toca da Raposa II.
“Existia uma certeza, para lidar com a crise, nesse caso, você precisa estar certo de sua decisão. O Cruzeiro estava certo. Talvez, por ser o início do processo da SAF, não tinha nenhum histórico de interação com o empresário. Olhando para trás, faltou uma conversa melhor com quem representava o Fábio. Mais do que o Fábio, em si. Eu estava lá no dia, o Fábio falou que o Paulo André não estava. O Paulo André não estava nem lá, não é que ele não quis entrar na sala”, deu detalhes.
Lordello afirmou que a saída de Fábio virou um embate ideológico entre as partes.
“Virou um duelo de narrativas. Eu sempre falo, gestão de crise é quem vai contar a história, ter o controle da narrativa. Naquele momento, o Fábio assumiu o controle. Pensando no Cruzeiro, em relação ao episódio Fábio, o Cruzeiro perdeu o controle da narrativa. Se a gente olhar macro, falamos de um movimento de reorganização do Cruzeiro. E aquela etapa foi muito importante para o controle de narrativa do que viria ser o Cruzeiro nos próximos movimentos. Às vezes, você precisa perder para ganhar”, concluiu.
*Por Rádio Itatiaia