Diretores da empresa123 Milhas são alvos de uma operação do Ministério Público (MPMG) que investiga possíveis crimes de estelionato e lavagem de dinheiro em um grupo econômico do qual a empresa faz parte. A operação “Mapa de Milhas” foi realizada na manhã desta quinta-feira (1) e cumpriu 17 mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas em Belo Horizonte. A ação contou com o apoio da Polícia Civil.
Segundo o MPMG, a operação busca apurar se os dirigentes da empresa cometeram crime de estelionato por meio de associação criminosa, que causaram prejuízo milionário a milhares de pessoas em todo o país. Em agosto do ano passado, a 123milhas suspendeu pacotes e a emissão de passagens promocionais, alegando dificuldades financeiras.
A investigação busca verificar também se o grupo realizou esquema de lavagem de dinheiro através de estratégias financeiras e corporativas com o objetivo de dissimulação e ocultação de valores e bens.
Participaram da operação oito promotores de Justiça, cinco delegados de Polícia Civil, 53 investigadores, um policial militar e cinco servidores do Ministério Público. A investigação é conduzida pela 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet).
Mais detalhes da operação serão repassados em uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira na Unidade de Combate ao Crime e à Corrupção (UCC).
Relembre o caso
Em agosto deste ano, a 123milhas suspendeu pacotes e a emissão de passagens promocionais, alegando dificuldades financeiras, prejudicando milhares de consumidores. No final do mesmo mês, a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da empresa.
O texto determinava a suspensão pelo prazo de 180 dias, contados da publicação do parecer, de todas as ações e execuções contra a sociedade devedora.
O documento também solicitava que “o Plano de Recuperação a ser apresentado ao juízo deveria conter medidas de reparação ao universo dos credores consumeristas pelos danos causados em todo território nacional”.
O pedido de RJ foi protocolado pela empresa no dia 29 de agosto devido às dívidas acumuladas. Segundo a empresa, a medida tem como objetivo assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores.
Na última semana, a Justiça de Minas Gerais suspendeu, pela segunda vez, o processo de recuperação judicial da 123milhas. Na decisão, a magistrada alegou “precaução” e explicou que já foi encerrado o processo de constatação prévia da Novum, Art Viagens e 123 Viagens, com a determinação do prosseguimento da recuperação de tais empresas.
Em setembro de 2023, a recuperação judicial foi paralisada pela primeira vez, após a Justiça detectar que a empresa não havia instruído todos os documentos solicitados e necessários para dar prosseguimento ao processo.
*Por Portal Hoje em Dia