Quinze motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito são atendidos por dia no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. A média de socorros na unidade – referência na assistência a pacientes com traumas graves – leva em conta os 5.707 casos registrados em 2023. Na comparação com o ano anterior, o aumento é de 21%.
Conforme a Rede Fhemig, responsável pelo hospital, os acidentes de trânsito estão na terceira posição no ranking de atendimentos, atrás dos casos clínicos (17.604) e quedas da própria altura (7.944).
Segundo o diretor assistencial do complexo e cirurgião geral e do trauma, Victor Ikeda, não houve mudança no perfil dos pacientes. As ocorrências envolvendo motos atingem, em sua maioria, jovens do sexo masculino.
“A gravidade das lesões está diretamente relacionada com os impactos do trauma. Um acidente de moto pode lesionar um paciente de várias formas, desde escoriações leves até um óbito antes da entrada no hospital. Tudo pode depender da velocidade dos veículos envolvidos, do uso de equipamentos de segurança e do tipo de colisão”, afirma o médico.
Conforme o grau de impacto do trauma, as sequelas também podem variar, quando um paciente não se reabilita totalmente das lesões. “Temos vários tipos de pacientes. Há os que conseguem se recuperar completamente durante o período de internação e os que apresentam sequelas gravíssimas. Estes últimos provavelmente nunca vão se recuperar, principalmente os com traumatismo cranioencefálico grave, que ficam com as funções neurológicas muito comprometidas”, relata Victor.
Além dos riscos para a integridade física e emocional dos pacientes, os custos podem se estender para a inatividade social de pessoas em idade ativa, dependendo dos diagnósticos precedentes – como sequelas neurológicas, pseudoartroses (complicação caracterizada pela ausência da consolidação de uma fratura), osteomielites, amputações, síndromes do estresse pós-traumático, dentre outros.
Prevenção
No Brasil e no mundo, os acidentes de trânsito constituem um grave problema de saúde pública que pode ser evitável. A fim de reduzir as mortes e lesões provocadas pelos acidentes com motociclistas, a atenção aos fatores de risco é essencial para evitar as perdas humanas.
“A maior parte dos casos está relacionada com o excesso de velocidade, o alcoolismo e a falta do capacete. A prevenção é sempre o melhor caminho para minimizar possíveis traumas e possibilitar que os pacientes retornem reabilitados da internação para suas vidas sociais”, alerta Victor.
*Por Hoje em Dia