A polícia acredita que a menina de oito anos, espancada até a morte pelo próprio pai, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, era vítima de tortura. Ilias Olachegoun Adeniyi Adjado, natural de Benin, na África, disse aos policiais que agrediu a filha para corrigi-la, pois, segundo testemunhas, ela teria furtado algo da escola. No entanto, de acordo com o delegado Willians Batista, a criança já tinha sido espancada em outras ocasiões. As inúmeras lesões espalhadas pelo corpo da menina chamaram a atenção dos policiais.
“Eu, particularmente, posso dizer que, em dez anos, muitos deles trabalhando com homicídios, nunca tinha visto aquela intensidade de lesões. Lesões espalhadas pelo corpo inteiro dela. Após conversar com o perito legista a gente consegue afirmar que não foram lesões ocorridas apenas no dia de ontem. Ela já vinha sofrendo esse tipo de tortura. Não é correção, não é lesão, não é exagero, é tortura mesmo o que vinha acontecendo.”
Ilias Olachegoun, teria agredido a filha com um cinto. Uma lesão na coluna pode ter sido a causa da morte da criança, que aconteceu na última segunda-feira (11).
“Alguns exames ainda precisam ser feitos, mas a suspeita é de que ela tenha morrido em decorrência de uma lesão na coluna cervical”, contou o delegado.
Familiares do acusado alegaram que o comportamento de Ilias Olachegoun era aparentemente tranquilo, no entanto, ele já tinha um histórico de violência contra a ex-mulher. Em um dos episódios, Ilias teria agredido a ex-companheira, enquanto ela segurava a filha pequena no colo.
“Ele possui um registro de 2015 contra a ex-esposa, mãe da criança. Ele agrediu a mulher, segundo consta do procedimento, enquanto ela estava com a menina no colo. A menina não tinha nem dois meses naquele período, finalizou o delegado Willians.
Segundo a polícia, outras testemunhas deverão ser ouvidas para que os agentes possam entender toda a dinâmica da ocorrência e concluir a investigação.
Ilias Olachegoun vai responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio de tortura, e contra menor de 14 anos. Se condenado, ele poderá pegar de 12 a 30 anos de reclusão.
*Da Redação Itatiaia