Sete homens com idades entre 20 e 30 anos foram presos durante a Operação Provérbios 16:18, desencadeada pela Polícia Civil em Juiz de Fora, na Zona da Mata. A ação apura lavagem de dinheiro, organização criminosa, rifa ilegal e sonegação de impostos. Conforme a polícia, todos eram influenciadores digitais, sendo um com mais de 200 mil seguidores.
A Força Tarefa foi desencadeada na noite dessa terça-feira (28) e a Polícia Civil deu detalhes nesta quarta (29) durante coletiva de imprensa. As investigações iniciaram há cerca de quatro meses e informações indicaram que havia um grupo que realizava diversas rifas ilegais nas redes sociais. É o que detalha um dos delegados responsáveis pela ação, Marcos Vinholo.
“Começamos a fazer monitoramento dessa informação e conseguimos identificar que realmente haviam diversos indivíduos fazendo diversas rifas em um período muito curto de tempo, tanto de veículos, como motos e carros, além de valores em espécie e até telefone celulares. Muitas vezes. quando uma pessoa possivelmente ganhava uma rifa, eles ofereciam um dinheiro em espécie para a pessoa poder escolher ao invés do bem material. Essas situações começaram a chamar a nossa atenção e identificamos que aquilo se tratava de um esquema de lavagem de dinheiro”, explica o delegado.
“Eles começaram a progredir nessa questão da rifas, chegando até a anunciar imóveis, como apartamentos mobiliados. A movimentação financeira deles era completamente atípica e incompatível com o padrão de vida que eles levavam”, completa.
Prisão
Cinco dos presos foram pegos durante a entrega de uma premiação que seria na cidade de Além Paraíba, na Zona da Mata. Eles foram pegos no entroncamento da BR-267 com a BR-116, em Leopoldina. Outros dois foram presos no bairro Linhares, que fica na região Leste de Juiz de Fora. Uma pessoa continua foragida.
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão. Até o momento, foram apreendidos 24 veículos, entre motos, carros e motos aquáticas, além de 200 pacotes de cigarros e celulares.
Estabelecimentos em nome dos suspeitos
Três estabelecimentos comerciais, sendo duas distribuidoras de bebidas e uma loja de roupas, foram interditados. Esses locais, segundo o delegado Márcio Rocha, eram utilizados para dar licitude ao negócio. Além disso, alguns ganhadores podem estar ligados com a ação.
“Esses estabelecimentos estão em nome desses indivíduos, é uma forma deles gerarem um ar de ilicitude no negócio deles. Eles usam esses comércios legais para substituir a ilegalidade do sorteio das rifas. A gente também tem indícios que alguns premiados faziam parte, de alguma forma, dessa organização”, relata o delegado.
Ao todo, cerca de R$ 3,5 milhões em patrimônio foram apreendidos na ação. Os presos foram conduzidos ao sistema prisional e as investigações continuam.
*Da Redação Itatiaia