O movimento de trabalhadores para troca de turno não para na mina de Fábrica Nova, em Mariana, na região central de Minas. Na noite desta segunda-feira (13), a reportagem da Itatiaia presenciou pelo menos quatro ônibus chegando com funcionários da Vale. Mais cedo, a Agência Nacional de Mineração havia informado que três pilhas de rejeito da mina foram interditadas por oferecerem risco.
O representante da associação dos moradores de Santa Rita Durão, Jean Roberto da Costa Júnior, afirmou à Itatiaia, em Mariana, que a vistoria só deve ser concluída na terça-feira (14). Participam dos trabalhos representantes da Vale, da Agência Nacional de Mineração, da Defesa Civil e dos Bombeiros, que verificam a estabilidade das pilhas.
A Itatiaia revelou, nesta segunda (13), que a mineradora informou às autoridades que três pilhas de rejeitos estão em situação instável. As pilhas interditadas são a PDE Permanente I, PDE Permanente II e PDE União Vertente Santa Rita.
Por enquanto, não há indicação de necessidade de remoção de moradores de suas casas. Em caso de rompimento, o distrito de Santa Rita Durão seria atingido. Formado no século XVIII, a localidade conta hoje com 295 moradores e é tombada pelo patrimônio histórico estadual devido ao casario colonial.
O Ministério Público estadual informou que “instaurou procedimento relativo ao caso”, e que uma equipe técnica do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caoma) participa da vistoria na mina.
O Governo de Minas informou, em nota, que “não há até o presente momento elevação de nível da estrutura que recomende a evacuação de pessoas”. O governo reforça que está em andamento “vistoria de campo e análise técnica das condições de estabilidade das pilhas de estéril da Mina de Fábrica Nova”.
Mina de Fábrica Nova
Na mina de Fábrica Nova é feita extração de minério e empilhamento de estéreis. Segundo a Vale, não há produção de minério de ferro na planta industrial, por isso não há barragens de rejeitos no local, apenas dique.
Em resposta à reportagem, a Vale afirmou que desde 2020 tem feito ‘melhorias’ no local para evitar problemas, e tem atuado principalmente para reduzir a concentração de água nas pilhas de minério.
Conforme a Itatiaia mostrou mais cedo, a Vale identificou problemas nas pilhas ainda em 2020, mas apenas em setembro de 2023 comunicou o fato às autoridades, quando cadastrou um laudo elaborado pela consultoria Walm.
*Da Redação Itatiaia