Em entrevista à Itatiaia nesta quarta-feira (14), a viúva do homem morto em uma briga de bar por causa de uma música de Marília Mendonça revelou o que aconteceu antes do homicídio.
O caso foi registrado na madrugada da última sexta-feira (9) em um estabelecimento chamado “Espetinho da Maria”, localizado no bairro Tropical, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A vítima é Elson Nunes de Oliveira, de 45 anos. Ele estava com a esposa — que pediu para não ser identificada — e o filho, 10, no local na data do crime.
“A gente foi para divertir, para ter um lazer num lugar que a gente já tem costume, que todo mundo já conhece a gente”, disse a mulher.
Discussão por música de Marília Mendonça
A viúva contou que, após tomar algumas cervejas, o esposo pediu para um funcionário do estabelecimento colocar uma canção de Marília Mendonça na caixa de som.
Quando a família se levantou para pagar a conta, o autor do crime, que estava em outra mesa, começou a comentar sobre a música que estava tocando. Segundo a mulher, ele chamou seu marido de “corno”, “chifrudo”, “safado” e “doido”.
Os dois homens começaram a discutir . A mulher afirmou que disse ao companheiro “deixa esse pessoal para lá”, mas que ele continuou no meio da confusão.
Golpes de canivete
Depois que se separaram, um amigo do autor do crime afirmou: “Vai rolar tiro”, segundo a viúva.
A família, então, foi até uma base da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) para pedir apoio. Ela reclama que os policiais não ajudaram. “Se eles tivessem ido, eu creio que não teria acontecido nada disso”, afirmou.
A vítima voltou ao estabelecimento para pagar a conta e brigou novamente com o outro homem. Nesse momento, eles foram para uma rua lateral, onde o autor do crime realizou as facadas.
A mulher afirmou que o filho testemunhou o ocorrido. “Viu tudo, presenciou tudo. Na hora que o pai dele caiu, ele ficou gritando ‘meu pai, meu pai, meu pai’”, disse.
Após a prisão, a viúva questiona o argumento de legítima defesa e pede que a justiça seja feita.
A Itatiaia entrou em contato com a PMMG, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Vida da família após o crime
A mulher conta que a vida da família está “uma bagunça” após o homicídio. “Eu não sei, sinceramente, o que vou fazer. Tudo nessa casa me lembra meu marido. Tudo era ele que resolvia”, disse.
A viúva conta que voltou a trabalhar. “Eu tenho que ocupar minha cabeça com alguma coisa, porque se eu ficar em casa sem fazer nada eu vou surtar”.
“Ele era um pai honestíssimo, um homem de trabalho. Estou à base de remédio. Meu menino não tá querendo ir à escola. Então, assim, está sendo eu e Deus, sabe?”, afirmou.
“Eu estou pegando firme com Deus para poder prosseguir. Eu sei que tem justiça de Deus, que ele vai pagar o que ele fez, mas a justiça do homem também tem que ser feita”, afirmou.
O caso
Elson Nunes de Oliveira, 45 anos, foi morto com golpes de canivete na madrugada da última sexta-feira (9) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O suspeito do crime é um pedreiro, também de 45 anos. Ele foi preso pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e confessou o crime.
De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), a briga começou com uma discussão sobre qual música tocar no estabelecimento, escalando para agressões verbais e físicas. Isso porque o suspeito teria dito que a vítima estava ouvindo “música de corno”.
Conforme testemunhas ouvidas pela Itatiaia, o som do bar tocava Marília Mendonça . Contudo, essa informação sobre a música da “Rainha da Sofrência” não consta no registro da policial.
*Por Rádio Itatiaia