Uma professora de português denunciou ser vítima de injúria racial e desacato por parte dos alunos do 6° ano da Escola Municipal de Lapinha, em Lagoa Santa, na Grande BH.
Ela contou que desde março, quando começou a dar aulas como professora substituta na sala do turno da manhã, é vítima de xingamentos como ‘vaca preta’, ‘tição’ e ‘carvão de acender churrasqueira’. Disse ainda que em 3 de abril chegou a registrar um boletim de ocorrência relatando o fato. Após isso, um aluno imita um mugido de vaca todas as vezes em que ela entra em sala.
Nessa terça-feira (22/4), a professora disse que, em um mapeamento de sala para organizar os alunos, um adolescente de 13 anos ficou irritado e se recusou a trocar de lugar. O estudante teria dito que ela não mandava em nada ali e afirmado: “Essa preta é um zé ninguém, quem ela pensa que é?”.
Diante da situação, a professora chamou outra docente, que também presenciou os xingamentos. Em seguida, acionou a direção, que chamou o 190 e pediu providências para o aluno.
O adolescente disse aos policiais que não proferiu os xingamentos. Alegou que ficou sem lugar no mapeamento de sala e que começou uma discussão. Disse apenas: “Está achando que é quem?”
Ele foi conduzido para a delegacia para prestar depoimento. A Polícia Civil informou, em nota, que o adolescente, juntamente com o representante legal, foi ouvido por meio da Central Estadual do Plantão Digital. “Na ocasião, foi lavrado um Boletim de Ocorrências Circunstanciadas e assinado termo de compromisso de entrega sob guarda e responsabilidade”.
A Secretaria Municipal de Educação de Lagoa Santa, também em nota, disse que “determinou a apuração rigorosa dos fatos para identificação das eventuais responsabilidades”. “A Secretaria reitera o seu papel na formação cidadã dos alunos e condena veementemente qualquer forma de discriminação e condutas que violem a dignidade e o respeito de professores, estudantes e demais profissionais da rede”, reiterou.
A pasta destacou ainda que vai combater e prevenir para que práticas discriminatórias não ocorram nas unidades de ensino, “garantindo que as escolas sejam espaços seguros e acolhedores para todos”.
*Por EM