A Polícia Civil identificou o homem, de 42 anos, responsável por atropelar e matar Osvanir Lopes Simões, de 72 anos, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, no dia 4 de janeiro. O autor havia fugido sem prestar socorro e estava foragido.
Apesar de ser encontrado, ele deve responder o processo em liberdade. Segundo a delegada Gabriella Mello, o período do flagrante já passou e por isso ele não pode ser preso. Também não há como fazer um pedido de prisão preventiva, já que o homicídio é considerado culposo (sem intenção de matar).
O homem foi encontrado após a filha da vítima, Natália Silva, receber uma denúncia anônima. Ela havia espalhado faixas pela cidade com o telefone dela e uma pessoa que sabia quem era o motorista que atropelou Osvanir ligou para ela dando todas as informações sobre ele.
Natália avisou a polícia, que compareceu até a casa da mãe do suspeito e encontrou o carro nas imagens.
“O carro estava estacionado na garagem, coberto com uma manta, que cobria danos muito graves que tinham no veículo. O para-brisas estava totalmente trincado na lateral e o retrovisor também estava quebrado, pendurado. A gente fez a apreensão desse carro. e ele vai ser encaminhado para perícia. Nesse mesmo dia, entramos em contato com o investigado falando que era para ele comparecer até a delegacia para ser ouvido. Ele foi com o advogado e confessou o crime”, explicou a delegada.
Suspeito chorou ao ser interrogado pela polícia
Ainda segundo Mello, o autor chorou durante o depoimento e disse estar arrependido de não ter prestado socorro.
Filha da vítima questiona choro: ‘se ele tivesse arrependido, teria parado’
Após ouvir a fala da delegada, Natália Silva questionou a reação do homem que atropelou e matou Osvanir.
“Ele não chorou nada. Uma pessoa que se arrepende, no mínimo, pararia. Ela teria compaixão. Ele foi a última pessoa que viu meu pai vivo, em uma fração de segundos ele tirou a vida do meu pai. Se ele tivesse parado e simplesmente ligado para o socorro, talvez meu pai estaria aqui. Questão de 15 minutos faria diferença. “, lamenta a filha da vítima.
Natália ainda ficou indignada ao ouvir que o suspeito pensou que havia atropelado um animal.
“O que me dói é ouvir, naquele depoimento, que ele achou que era um animal de grande porte. Era um cavalo? Um cachorro? De onde ele viu isso? Com certeza só pede ter tido uma alucinação porque a câmera é muito nítida quando ele evade da pista e joga o carro para cima do meu pai. Era o meu pai e não o dele, não era ninguém da família dele. Ele fugiu e isso para mim é imperdoável”, afirma.
A filha de Osvanir contou que foram moradores de uma casa próxima ao local do acidente que socorreram o idoso. “Eu tive uma ligação gente da moça que salvou meu pai me pedindo perdão por não ter conseguido pegar a placa do carro. Ela falou: ‘Natália, eu precisava ajudar primeiro o seu pai’. Eu falei que ela fez o que ele não fez”, contou.
Ao ver que o suspeito irá responder o processo em liberdade, Natália questiona a lei e diz que vai lutar pela prisão do homem que atropelou seu pai.
“Eu só vou aliviar minha dor quando de fato ele foi punido e preso. Se ele não for preso, ele vai continuar fazendo isso. A lei está beneficiando ele e meu pai agora está lá no túmulo, morto. Eu não ainda não estou vivendo o luto porque eu preciso encontrar forças para seguir, ajudar minha mãe e meu irmão, e fazer justiça em nome do meu pai. Esse infeliz mudou a minha vida e a vida da minha família. Eu quero que ele pague na cadeia”, ressalta.
*Por Rádio Itatiaia