O homem de 27 anos que foi flagrado esfaqueando a ex-namorada de 22 anos até a morte na avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte, no dia 7 de agosto, será indiciado por homicídio duplamente qualificado. Vitória Alves foi morta cinco dias após terminar o relacionamento de três anos com Wallef Cesar Oliveira Gonçalves (confira mais detalhes do caso no fim da matéria)..
Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (14), a delegada Iara França Camargos, responsável pelo caso, o crime foi premeditado por Wallef, que fingiu aceitar o fim do relacionamento e marcou um encontro com Vitória para discutir detalhes de um imóvel financiado pelos dois, além do cancelamento do casamento que estava marcado.
Os investigadores conseguiram apurar que Wallef havia ameaçado e perseguido uma outra ex-namorada, que não registrou ocorrência contra ele. Segundo a delegada, o autor usou duas facas para matar Vitória. As armas foram recebidas pelo casal como presente de um ‘chá de panelas’ em que eles angariaram presentes para o casamento.
‘Ele esteve dentro do apartamento (financiado pelo casal). Ele chegou a esfaquear um puff que ficaria na sala com as duas facas usadas no crime, que foram retiradas de um kit de cozinha que eles ganharam de presente. Essas facas foram tão brutalmente usadas que a lâmina se rompeu do cabo. Ele levou duas facas e, quando a primeira ficou deformada, ele pegou a segunda faca e terminou de esfaqueá-la na cabeça, demonstrando o ódio pela mulher’.
Logo após o crime, Wallef disse aos policiais militares que fez uso de cocaína para que pudesse manter o foco na perseguição à Vitória. Depois de ser preso, ele preferiu ficar em silêncio.
De acordo com a delegada, Wallef deve ser indiciado por homicídio duplamente qualificado (‘recurso que dificulta a defesa da vítima’ e ‘feminicídio’). Na audiência de custódia realizada no dia 9 de agosto, a Justiça decidiu manter a prisão do suspeito até o julgamento ou até uma decisão contrária.
‘Coração dilacerado’
Renato, pai de Vitória Alves, pediu justiça pela morte da filha e cobrou o apoio das autoridades e da imprensa para que o caso não fique impune. Ele afirma que Vitória era uma filha ‘muito doce’ e que a dor pela morte dela impede que a família siga em frente.
‘A gente fica sem entender, na verdade, o motivo pelo qual levou esse cidadão a cometer ta crime. Acabou os nossos dias de paz. A gente já não pode olhar para dentro do quarto dela ou para dentro da minha casa mesmo, onde ela ficava. A gente não tá conseguindo trabalhar, não estou conseguindo fazer nada. A gente busca justiça, nada mais do que a justiça, porque ele representa um grande perigo para a sociedade’.
Jovem é morta pelo ex em avenida de BH
Uma jovem de 22 anos foi morta a facadas na tarde de 7 de agosto, em frente ao antigo prédio da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), na avenida Antônio Carlos, região da Pampulha, em Belo Horizonte. O autor do crime é o ex-namorado da vítima, que cometeu o crime cinco dias após o fim do relacionamento e na mesma data em que a Lei Maria da Penha completou 18 anos.
Imagens registradas por câmeras de segurança e obtidas pela Itatiaia mostram o autor do crime, de 27 anos, conversando com Vitória Alves, de 22 anos. Em determinado momento, Vitória percebe que ele está com uma faca escondida embaixo do braço e tenta pegá-la. O criminoso pega a arma e dá vários golpes na jovem, principalmente no pescoço e na cabeça. O autor fugiu de moto, deixando a vítima se debatendo no passeio. As imagens são muito fortes e, em respeito à família da vítima, a Itatiaia optou por não divulgá-las.
A Itatiaia apurou que Vitória namorou com o autor do crime por cerca de três anos. O relacionamento, porém, terminou há cinco dias após o homem ficar bêbado em uma festa de família e desagradar Vitória. O casal marcou um encontro para esta quarta (7), momento em que o assassinato foi cometido.
*Por Rádio Itatiaia