Welbert de Souza Fagundes, réu pela morte do sargento Roger Dias da Cunha, morto com um tiro na cabeça no início de janeiro de 2024 em Belo Horizonte, foi condenado nesta quinta-feira (25) por um roubo cometido menos de 8 horas antes da ocorrência que resultou na morte do policial militar. Welbert responde na Justiça por homicídio triplamente qualificado contra o sargento Dias e segue detido desde a época do crime (relembre o caso no fim da matéria).
Segundo a denúncia do Ministério Público, Welbert abordou o motorista de um carro modelo Honda Civic na tarde de 5 de janeiro de 2024, em uma rua do bairro Cachoeirinha. Armado com um revólver, Welbert anunciou o assalto e ameaçou o motorista dizendo: ‘saia antes que eu te dê um tiro na cara’. O criminoso fugiu do local levando um carro, um celular, uma corrente de ouro, e uma carteira, além do boné e da camisa que eram usadas pela vítima.
O veículo foi localizado pela Polícia Militar horas após o crime, mas Welbert não foi localizado. Cerca de oito horas depois, o jovem se envolveu em uma troca de tiros com policiais e acertou o sargento Roger Dias da Cunha com um tiro no rosto. O militar teve a morte cerebral confirmada no dia 7 de janeiro.
A Itatiaia apurou que o julgamento terminou com Welbert sendo condenado a 10 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão em regime fechado por roubo qualificado (violência, ameaça ou emprego de arma), além do pagamento de 116 dias-multa. A sentença foi proferida pela juíza Patrícia Vieira Cellis, da 6ª Vara Criminal de Belo Horizonte. Neste caso, o réu foi representado por um advogado da Defensoria Pública. O espaço está aberto para posicionamento.
Sargento baleado
A ‘saidinha’, como é conhecida a saída temporária, ganhou relevância especial depois de um sargento da polícia militar ser baleado no dia 5 de janeiro. O suspeito do crime é um homem que estava em saída temporária da cadeia. Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, é apontado como o responsável por disparar várias vezes à queima roupa contra a cabeça do sargento da Polícia Militar, Roger Dias da Cunha, no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte de Belo Horizonte.
O Sargento Dias passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao Hospital João XXIII – uma para conter a pressão intracraniana e outra para conter o sangramento na perna, pois a bala atingiu uma artéria. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu na noite do dia 7 de janeiro.
Suspeito estava foragido da ‘saidinha’
Welbert tem 18 boletins de ocorrência registrados contra ele, por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.
A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça e não recebeu nenhum retorno.
No dia 11 de janeiro, poucos dias após a morte do sargento Dias, Welbert se tornou réu por um furto qualificado cometido em julho de 2023. Poucas semanas depois, a Justiça aceitou a denúncia e Welbert se tornou réu por homicídio triplamente qualificado contra o sargento Dias. Ele segue detido desde a época do crime.
*Por Rádio Itatiaia